dedetização na antiga reitoria

Funcionários com risco de intoxicação seguem em observação

Camila Gonçalves

Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)

Dez das 20 pessoas atendidas com sintomas de intoxicação após a dedetização do prédio da antiga Reitoria da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), na manhã desta quarta-feira, continuam internadas. Seis estão no Pronto-Atendimento Municipal do Patronato (PA) e quatro no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm). Os intoxicados são funcionários da empresa Sulclean, que presta serviços de limpeza à universidade e que fazia a pulverização no local. No PA, os pacientes deram entrada com dor no peito, segundo nota encaminhada pela prefeitura de Santa Maria. Em nota, a UFSM informou que não foi registrado nenhum caso grave. A instituição diz que os funcionários atendidos adentraram o espaço próximo às salas onde o serviço estava sendo realizado.  

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Uma funcionária da Sulclean, que preferiu não ser identificada, disse que trabalhava em um dos andares do prédio quando um guarda a chamou e avisou que os funcionários precisavam sair. Ela relatou que, enquanto estava trabalhando, sentiu um cheiro forte e que, quando chegou ao andar térreo, começou a tossir.  

- Eu tossi muito, e meu nariz parecia que estava em carne viva. Vi alguns colegas desmaiando, que, depois, foram levados para o Hospital Universitário. A gente sempre trabalha normal (durante as dedetizações), mas, neste ano, acho que o produto era mais forte. Agora, já não estou sentindo nenhum sintoma - contou. 

A mulher disse que os médicos recomendaram que ela ficasse em observação por 24 horas.  

Outra trabalhadora em observação, que também não quis ser identificada, disse que trabalha no térreo. Ela contou que estranhou o fato de os demais funcionários não terem chegado e foi até a entrada principal do prédio, onde viu a movimentação dos bombeiros e, então, ficou sabendo que havia colegas dela que poderiam ter sofrido intoxicação. 

- Voltei para o meu posto e estava bem. Tive vômito e senti uma coceira na garganta. Saí pelo estacionamento dos professores (na Rua Astrogildo de Azevedo), para não ter que passar por dentro do prédio, e vim no carro dos bombeiros (para o PA) - descreveu. 

Uma pessoa que estava em um curso no momento da evacuação disse que não sabia da dedetização. Segundo a mulher, ela e os participantes do treinamento estavam no 2º andar do edifício. A capacitação não era promovida pela UFSM. Ela relatou que sentiu apenas ardência nos olhos.

- A gente viu que alguns funcionários desceram tossindo. Fechamos a porta corta-fogo perto da sala e continuamos. Ouvimos a movimentação com a sirene dos Bombeiros lá embaixo. Uma colega desceu para ver e não deixaram subir. Em seguida veio o pessoal dos Bombeiros e disse que precisávamos sair - detalhou.

INVESTIGAÇÃO 

A empresa Sulclean encaminhou nota técnica no final da tarde desta quarta-feira informando que "está prestando todo o apoio aos colaboradores envolvidos, os quais passam bem e não tiveram qualquer risco a sua saúde". A empresa ressaltou também que já instaurou um procedimento interno para verificação dos fatos. A UFSM também deve instaurar procedimento administrativo interno para apurar eventuais responsabilidades sobre o incidente.

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